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Em meio à crise política, Copom deve manter o ritmo e baixar juros para 10,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (31) e deve baixar a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 11,25% para 10,25% ao ano, de acordo com aposta da maior parte dos economistas do mercado financeiro.

A decisão do BC será anunciada após as 18h. Se confirmado, esse será a sexto corte consecutivo na Selic. Já o patamar de 10,25% seria o menor desde o início de 2014, quando a taxa estava em 10% ao ano.

A previsão do mercado financeiro é que a taxa básica de juros da economia continue recuando nos próximos meses e chegue a 8,5% ao ano no final de 2017.

Impacto da crise política

Antes da crise política gerada pela delação de executivos da J&F, empresa que controla o frigorífico JBS, e que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a autorizar a abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer, parte do mercado financeiro apostava em um corte maior na Selic, de 1,25 ponto percentual.

Agora, porém, os analistas estão mais cautelosos e estimam, em grande maioria, que o Copom vai manter o ritmo de corte em 1 ponto percentual, igual ao feito pelo comitê na reunião passada.

Para o professor do mestrado em Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Raffy Vartanian, a crise política, que provocou aumento da volatilidade no mercado financeiro, é a razão para a queda na possibilidade de uma redução maior da taxa de juros.

Segundo o ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, sócio da consultoria Schwartsman & Associados, as tensões no campo político contaminam também as estimativas de queda dos juros nos próximos meses.

“Eu mantenho a previsão de juros em 8,5% ao ano no fim de 2017, mas havia uma percepção [no mercado] de que o BC podia buscar 8% no fim do ano. Tinha gente até com 7,5%. Agora, fica mais difícil porque [a crise] atrapalha a questão da reforma da Previdência”, disse ele.

Sistema de metas

A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, definida todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Normalmente, quando a inflação está em alta, o BC eleva a Selic na expectativa de que o encarecimento do crédito freie o consumo e, com isso, a inflação caia. Essa medida, porém, afeta a economia e gera desemprego.

Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas pelo CMN, o BC reduz os juros. É o que está acontecendo agora.

Em razão do fraco nível de atividade, a inflação está bem comportada. Nos primeiros quatro meses deste ano, segundo o IBGE, a inflação oficial (medida pelo IPCA) ficou em em 1,1%, menor índice para o período desde o início do Plano Real. Em doze meses, somou 4,08%, o menor valor em 10 anos.

Para 2017, o mercado financeiro prevê que a inflação deve ficar em 3,95%, abaixo da meta de 4,5% fixada pelo CMN para este ano. A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. À época, o país sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa.

Do G1

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