Em audiência Pública, especialistas alertam para os riscos do retorno das aulas presenciais em Dourados

Audiência pública contou com a participação de autoridades na Saúde e representantes de escolas públicas e particulares – Foto: Valdenir Rodrigues

Aproximadamente 14 mil alunos estão matriculados nas unidades da rede municipal de ensino; Aulas estão sendo remotas

O plano de biossegurança no retorno às aulas no período de pandemia da Covid-19 foi tema de debate durante audiência pública realizada na noite de ontem (09), na Câmara de Dourados. Por proposição do vereador e médico Drº Diogo Castilho, o evento priorizou a participação do público por meio das redes sociais e pelo canal oficial da Câmara no Youtube.

Fizeram parte da composição da Mesa, o vereador e presidente da Comissão de Educação do Legislativo, Mauricio Lemes (PSB), o vereador Jânio Miguel (PTB), o secretário municipal de Saúde, Frederico de Oliveira Weissinger, a secretária municipal de Educação, Ana Paula Benites, a diretora do Departamento de Vigilância Sanitária, Ana Paula Triches, o professor da escola Ceart, Reinaldo Alves dos Santos Júnior e a professora Creuza Ribeiro Nascimento. O presidente do Cômite de Enfrentamento ao Covid-19 em Dourados, o infectologista Davi Tibiriça Caravelas participou de forma remota.

O secretário municipal de Saúde, Frederico Weissinger, enfatizou a necessidade de traçar estratégias para tentar minimizar os impactos na transmissão do coronavírus, considerando o momento crítico da pandemia. Para ele, o fato de algumas escolas particulares estarem com aulas presencias, não serve de parâmetro para o retorno na rede municipal. “Há uma grande diferença entre as escolas públicas e particulares, desde o número de alunos até o espaço físico de cada instituição, incluindo a estruturação local. Isso tudo temos que considerar para tratar um possível retorno as atividades presencias”, ponderou.

O secretário municipal de Saúde alertou ainda quanto ao número de crianças matriculadas na Reme (Rede Municipal de Ensino), aproximadamente 14 mil alunos. “Imagine uma sala de aula, mesmo com medida de distanciamento, composta por 20 crianças que residem em lares com características diferentes. Esta criança pode funcionar como um vetor de transmissão aos pais ou avós, sendo assintomáticas ou com poucos sintomas”, afirmou. “Vamos tentar voltar as aulas presenciais sem maximizar a pandemia em Dourados”, completou.

A secretária municipal de Educação, Ana Paula Benites Fernandes enfatizou que desde o início do ano letivo as aulas no rede municipal estão sendo feitas de forma remota e com adequações, como o uso de caderno de atividades com cronograma de entrega, fichas avaliativas, material impresso entregue pelos pais e ainda interação via grupos de whatsApp. “Cada unidade escolar teve autonomia de organizar seu sistema de ensino para que forma remota chegasse até o aluno a partir do dia 1º de março. Cada escola tem sua particularidade, que vai desde a comunidade que ela possui até sua estrutura física”, explicou.

Ana Paula enfatizou que atualmente nenhuma unidade de ensino em Dourados está tendo aula presencial, sendo que as entregas que ocorreram de material escolar aos pais foram feitas de forma escalonada, respeitando as medidas de biossegurança e resguardando inclusive a saúde do servidor em Educação. “Considerando as normativas do decreto, as escolas da Reme devem estar equipadas para o retorno às aulas e para isso estamos fazendo levantamento de preços e a origem da verba que será usada para a compra destes materiais, para só assim ocorrer o retorno presencial”, afirmou.

O propositor da audiência pública, vereador Drº Diogo Castilho, finalizou o evento alertando a população quanto as medidas preventivas ao contágio do Coronavírus, principalmente com relação ao isolamento social, não somente nas unidades de ensino, mas em todas as áreas. “Recentemente estávamos em bandeira laranja, na esperança da vacinação ser efetiva e com a melhora no número de internações, porém, infelizmente esse quadro não se concretizou”, lamentou.

Para o vereador, a expectativa da vacina pela população gerou o afrouxamento das medidas de biossegurança e com isso a perda do protocolo e da segurança biológica. “Com isso resultou em aglomerações, festas clandestinas e o agravo da doença em nossa cidade, retornando a nossa bandeira de alerta e consequentemente, piorando a situação nas escolas e hospitais”, considerou. “Evitem aglomerações, evitem o contágio, se estão doentes ou com suspeita da doença, fiquem em casa”, concluiu Drº Diogo.

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