Elogios, empatia e valorização contribuem com tratamento do autismo

Com o objetivo de sensibilizar colaboradores e empregados da Embrapa Agropecuária Oeste sobre o autismo foi realizada na Unidade uma palestra sobre o assunto.

Palestra sobre Autismo aconteceu no dia 24 de abril, na Embrapa Agropecuária Oeste – Foto: Suelma Bonatto

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que acomete muitas crianças e pessoas no mundo todo. Segundo dados do Center of Deseases Control and Prevention (CDC), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas.

O dia 2 de abril foi instituído pela ONU, em 2008, como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Por isso, esse foi o tema da palestra intitulada “Autismo: entenda suas características”, que aconteceu no dia 24 de abril, no período matutino, na Embrapa Agropecuária Oeste e que contou com a presença da psicopedagoga, professora do projeto de extensão da Escola Presbiteriana Erasmo Braga e mãe da pequena Carolina, de três anos e autista de grau leve, Lucivânia Borges.

A palestra que reuniu colaboradores e empregados, fez parte das ações do Programa de Pró-Equidade de Gênero e Raça, que pretende por meio do eixo denominado Cultura Organizacional: combater as dinâmicas de discriminação e desigualdade de gênero e raça praticadas no ambiente de trabalho, além de promover a igualdade de gênero e raça no que diz respeito às relações formais de trabalho e à ocupação de cargos.

A Supervisora do Setor de Gestão de Pessoas (SGP), da Embrapa Agropecuária Oeste, Maria Aparecida Viegas Martins, explica que a palestra teve como objetivos oportunizar acesso a informações sobre autismo; preparar os colaboradores e empregados para relacionamento com autistas; estimular a afetividade; contribuir com a socialização; proporcionar melhoria na comunicação; favorecer a inclusão e contribuir com a educação em relação ao TEA.

A professora Lucivânia explicou que o TEA não é uma doença, bem como não é um problema. Trata-se de uma síndrome que afeta vários aspectos da comunicação, além de influenciar também no comportamento do indivíduo. “O TEA é um conjunto de características que faz com que a pessoa se comporte de forma diferente e tenha respostas diferentes aos estímulos que recebe”, acrescentou Lucivânia.

Ela informou ainda que o autismo é quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas. Em função disso, a cor que simboliza o autismo é o azul. A palestrante explicou que ainda existem muitas lacunas nas respostas sobre as causas do problema, que ainda não são claros. Segundo ela, as pesquisas tem avançado e constantemente novas informações são acrescentadas ao assunto.

“O autismo possui três graus: leve, moderado e severo, sendo assim a intensidade dos sintomas pode variar. Geralmente, a criança portadora de autismo apresenta alterações no desenvolvimento de habilidades sociais, em que o convívio social pode ser algo extremamente difícil para algumas crianças. A comunicação, algumas vezes podem apresentar atrasos de linguagem ou ausência de comunicação verbal. A criança também pode apresentar comportamentos repetitivos, conhecidos como, estereotipias”, explicou Lucivânia.

O diagnóstico geralmente é feito por volta de uma ano e meio de idade, mas algumas características já podem ser observadas a partir dos oito ou nove meses de vida. “Geralmente são bebês mais introvertidas, que não interagem com facilidade e não são de muitos sorrisos, entre outras características. Quando crianças tem dificuldade de atender a solicitações e, em geral, não respondem quando são chamados”, explicou ela.

“Evidenciar as potencialidades é a melhor forma de tratamento do autismo”, informou ela. Assim, elogiar, parabenizar e comemorar as pequenas conquistas, incentivar o talento natural, enfim, demonstrar o valor que aquela criança tem para seu grupo social faz muita diferença no tratamento. Intervenções como terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, psiquiatria (uso de medicamentos, se necessário) também são necessárias e fazem parte do cotidiano das famílias que contam com crianças autistas.

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