Edu Dracena se despede ‘de cabeça erguida’ e chora ao ouvir Zé Roberto

Aos 38 anos, zagueiro do Palmeiras deu entrevista coletiva para falar da decisão de deixar a carreira como jogador de futebol, não sabe o que fará e se orgulha do respeito que tem

Edu Dracena se despede após duas décadas como profissional – Foto: Agência Palmeiras/Divulgação

Depois de 25 anos no futebol, duas décadas como profissional, Edu Dracena concedeu entrevista coletiva para explicar sua decisão de deixar a carreira de jogador, aos 38 anos de idade. Prometeu não chorar, mas cedeu à emoção quando Zé Roberto, ex-companheiro e hoje dirigente do Palmeiras, fez homenagem citando a família do zagueiro.

– Saio de cabeça erguida, como entrei. Agradeço, de coração, a todos os clubes que passei, e foram clubes maravilhosos, onde tive oportunidade de deixar meu nome marcado na história de clubes grandiosos. Papai do Céu é muito bom comigo. Sempre respeitei todas as instituições que passei e, por isso, saio na rua e as pessoas me respeitam. Em nenhum momento, fiquei provocando, zoando ou fazendo qualquer coisa do tipo. Fiz o meu melhor em campo, vestindo camisa, honrando, acertando, errando, mas sem ser omisso em nenhum momento – comentou o jogador, que participará das partidas contra Goiás, nesta quinta, e Cruzeiro, no domingo, antes de deixar a carreira.

– A partir de domingo, serei um ex-atleta do futebol. Mas, com certeza, vou ficar dentro do futebol. Agradeço a Deus por tudo que vivi. Saí de casa com 13 anos de idade e realizei todos sonhos que tive. Hoje, olho pra trás, há 25 anos, e vejo que valeu a pena o sacrifício, a dedicação e todo empenho. Aposentadoria é uma palavra bem forte, até porque, no Brasil, a lei mudou, é com 65 anos que se aposenta. Tenho 38 anos. Só vou parar de jogar – sorriu.

– Sempre deixei claro que o futebol não ia parar comigo, eu que ia parar de jogar. Optei em ficar mais com a família. Lógico que tinha lenha para queimar, agradeço os convites que recebi, mas eu já tinha decidido que ia parar neste ano. A vida tem começo, meio e fim, e esse é o fim como atleta do futebol. É necessário saber o momento de sair de cena. A ficha ainda não caiu, mas chegou o momento. Não foi uma decisão difícil, de cabeça fria, tranquila, junto com a minha família. Estou muito feliz, com sentimento de dever cumprido. Às vezes, dá vontade chorar. Mas estou me sentindo alegre, sem pressão.

Edu Dracena jogou por Guarani (1999 a 2002), Olympiacos, da Grécia (2002), Cruzeiro (2003 a 2006), Fenerbahçe, da Turquia (2006 a 2009), Santos (2009 a 2015), Corinthians (2015) e Palmeiras (desde 2016). Conquistou o Campeonato Grego (2002/03), Campeonato Mineiro (2003, 2004 e 2006), Copa do Brasil (2003 e 2010), Campeonato Brasileiro (2003, 2015, 2016 e 2018), Campeonato Turco (2006/07), Supercopa da Turquia (2007/08), Campeonato Paulista (2010, 2011 e 2012), Copa Libertadores (2011) e Recopa Sul-Americana (2012).

– Sempre falei que o título mais importante da carreira é o que está por vir. Por isso, conquistei títulos. E porque sempre priorizei não o lado individual, mas o coletivo. O maior legado é não baixar a cabeça, acreditar sempre no seu potencial e não deixar o eu ser maior do que o nós. Essa é a grande diferença do Edu Dracena para outros profissionais. O mais importante é olhar para trás e ver que valeu a pena todo sacrifício e dor que passei. Foram quatro cirurgias no joelho, mas estou aqui, depois de 20 anos como profissional, para agradecer a todos. De coração – indicou Dracena, que, durante a coletiva, foi abraçado por Jailson, Marcos Rocha e Lucas Lima e cumprimentou Deyverson.

– Deixo meu agradecimento a todos. Neste momento, passa muita coisa na minha cabeça, todas as dificuldades, mas tive mais alegrias do que tristeza no futebol. Edu Dracena é o que é por causa do futebol. Em qualquer lugar que vou, sempre fui respeitado e tratado maravilhosamente bem. O mais importante é passar para os meus filhos todo carinho e respeito que tive no futebol para ele como seres humanos e, quem sabe, se quiserem jogar futebol que trilhem caminho do pai ou melhor – falou, ainda com futuro indefinido.

– Não sei realmente o que farei. Vou tirar dezembro e janeiro para férias e, depois, vejo o que vai acontecer. Se receber algum convite, estarei desempregado e preciso pagar a conta de casa (risos). Mas não tenho nenhum norte, estou à deriva. Estou focado em acabar essa etapa como jogador e, depois, vejo o que vai me seduzir. Quero passar o que fiz no futebol: sempre ajudar, da melhor forma possível e seguindo as coisas corretas. E ficar no futebol, que é a minha vida. Respiro futebol – disse, agradecendo ao Palmeiras.

– O Palmeiras tem todo o meu carinho. Desde o primeiro momento, vindo de um rival, sempre fui muito respeitado e visto como um cara que veio para ajudar. Isso é gostoso, e tendo o respeito de todos os funcionários. Tive altos e baixos, mas muito mais altos. Foram dois títulos nacionais, depois de 20 e poucos anos sem o Palmeiras ser campeão brasileiro. Não tenho do que reclamar, só agradecer, de coração.

Do Lance!

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