Dólar sobe e fecha a R$ 3,41, maior valor desde dezembro de 2016

Moeda dos EUA avançou com incerteza política e temores de uma piora na guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (9), acima de R$ 3,40 pela primeira vez desde 2016. O mercado acompanhou a tensão em torno da guerra comercial entre Estados Unidos e China e também a cena política local, diante de preocupações com a eleição presidencial de outubro.

A moeda dos EUA avançou 1,54% a R$ 3,4188. É o maior valor desde 6 de dezembro de 2016, quando o dólar encerrou a R$ 3,4162.

Já a Bovespa caiu 1,78%, enquanto as ações da Marfrig subiram em torno de 18%.

O dólar subiu mesmo com a volta do Banco Central ao mercado de câmbio, com novo anúncio de leilão de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólar, para rolagem dos contratos que vencem em maio.

“As preocupações com a guerra comercial continuam. Por isso, embora aqui tenha espaço para melhorar, pelo swap e pela gordura acumulada, não melhora tanto”, afirmou à Reuters o profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.

Na sexta-feira, a moeda encerrou a sessão vendida a R$ 3,3669, renovando a maior cotação desde o dia 18 de maio de 2017, quando o dólar fechou a R$ 3,3836. Já o dólar turismo passou de R$ 3,70 nas casas de câmbio.

Cenário local e externo
A cautela com a política doméstica ganhou força nos últimos dias com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e que se entregou na noite de sábado.

A avaliação do mercado é que, mesmo sem concorrer, Lula poderá exercer influência no pleito como forte cabo eleitoral.

“Para os investidores, o evento (prisão) importa pelo eventual impacto que terá no quadro eleitoral de agora até outubro”, afirmou à Reuters um gestor de derivativos de uma corretora fluminense. “Com a incerteza da situação, e um quadro eleitoral ainda em aberto, é natural que os mercados locais demandem mais prêmios de risco”, emendou.

No cenário externo, seguiram no radar preocupações sobre o impacto das disputas comerciais entre Estados Unidos e China, após o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar novas tarifas sobre a China, reacendendo temores de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, que pode prejudicar o crescimento global.

A China intensificou seus ataques contra o governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira devido a bilhões de dólares em ameaças de tarifas, dizendo que Washington seria o culpado pelos atritos e repetindo que é impossível negociar sob as “circunstâncias atuais”.

BC volta a atuar no mercado
A volta do BC ao mercado ajudou a segurar altas mais significativas do dólar frente ao real. A autoridade monetária realiza nesta sessão leilão de até 3,4 mil swaps cambiais tradicionais para rolagem dos contratos que vencem em maio e somam US$ 2,565 bilhões.

Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o estoque total que vence no próximo mês.

Do G1

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