Enquanto os Estados Unidos são criticados por reconhecer Jerusalém como capital de Israel, a embaixadora do país na ONU, Nikki Haley, criticou o organismo internacional nesta sexta-feira (8) em reunião do Conselho de Segurança por não contribuir para a paz no Oriente Médio.
“A ONU causou mais dano do que possibilidades para avançar a paz no Oriente Médio”, declarou Haley durante a reunião.
A embaixadora americana disse que a ONU mantém “hostilidades contra Israel” desde “muitos anos” e defendeu a decisão de Trump de aceitar “o óbvio” ao reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Também disse que os EUA estão comprometidos com a paz entre palestinos e israelenses e têm credibilidade como mediador entre os dois lados.
“Os Estados Unidos têm credibilidade com os dois lados. Israel nunca será, e nunca deve ser, intimado em um acordo das Nações Unidas, ou por qualquer conjunto de países que provaram seu desrespeito pela segurança da Israel”, acrescentou.
A reunião de emergência desta sexta foi pedida por oito países – Bolívia, Egito, França, Itália, Senegal, Suécia, Reino Unido e Uruguai – após a declaração de Trump, que foi criticada por líderes internacionais e motivou protestos na região, onde um homem morreu nesta sexta, e em diferentes países.
De acordo com a jornalista americana Farnaz Fassihi, do jornal “Wahsington Post”, todos os outros 14 membros do órgão condenaram a decisão dos EUA. Ela disse que é a primeira vez em dois anos que um país membro é criticado por todos os outros por uma decisão. Fassihi também afirmou que os diplomatas presentes na reunião disseram que os EUA violaram três resoluções do Conselho sobre o status de Jerusalém.
Na reunião, o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, afirmou que o organismo está “muito preocupado pelos riscos de uma escalada de violência”.
Decisão polêmica
Após o anúncio de Trump, o Hamas – movimento islâmico com atuação política e um braço armado – convocou uma nova intifada. Nestas quinta e sexta-feira protestos e confrontos foram registrados na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, territórios palestinos, além de Jerusalém. Um homem morreu nesta sexta perto da Faixa Gaza.
O reconhecimento da cidade como capital é considerado polêmico, uma vez que os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado, e a comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense sobre a cidade como um todo. Entenda.
Controvérsia
O status de Jerusalém é considerado um dos maiores obstáculos nas negociações de paz entre Israel e os palestinos.
A cidade foi anexada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, que considera a cidade como capital indivisível. Na época, a decisão contrariou recomendações do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Já os palestinos consideram Jerusalém Oriental, atualmente controlada por Israel, como a capital de seu futuro estado. Jerusalém é considerada um local sagrado pelos judeus, muçulmanos e cristãos.
Do G1