COP30 começa com apelos por ação global diante de avanços e alertas climáticos

COP30 começa oficialmente nesta segunda-feira (10) e se estende até o dia 21 novembro

A COP30 tem início oficial nesta segunda-feira (10), após uma série de eventos preparatórios que mobilizaram lideranças globais em Belém. A conferência se estende até 21 de novembro e ocorre sob forte expectativa de avanços, mas também em meio a alertas da ciência e da ONU sobre a insuficiência dos esforços globais para conter o aquecimento do planeta.

Apesar de avanços como o interesse de mais de 50 países pelo Fundo Global para Florestas Tropicais (TFFF), o cenário ainda é marcado por grandes desafios. Desde a primeira COP em 1995, as emissões globais de gases de efeito estufa cresceram cerca de um terço, impulsionadas pela persistência no uso de combustíveis fósseis. As metas do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento a 1,5°C, parecem cada vez mais distantes.

Relatório recente do PNUMA alerta que, no ritmo atual, o mundo pode alcançar um aumento de temperatura entre 2,3°C e 2,5°C até o fim do século. Outro estudo, do World Resources Institute, reforça que as promessas nacionais de redução de emissões até 2035 ainda são insuficientes. Mesmo com o avanço de fontes renováveis e a popularização dos veículos elétricos, o crescimento da demanda energética segue sustentando o uso de carvão, petróleo e gás.

Dados da Agência Internacional de Energia mostram que a energia limpa atraiu US$ 2,2 trilhões em investimentos em 2024, mais que o dobro do volume direcionado a combustíveis fósseis. No entanto, a transição energética ainda não é suficiente para reverter os impactos climáticos em curso.

Durante a Cúpula de Líderes, entre os dias 6 e 7 de novembro, o presidente Lula reforçou a defesa do multilateralismo e propôs a criação de uma taxação global mínima para grandes empresas e super-ricos como forma de financiar ações climáticas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também criticou os lucros recordes obtidos por empresas ligadas à devastação ambiental. Já o presidente chileno, Gabriel Boric, rebateu declarações negacionistas do ex-presidente norte-americano Donald Trump, ausente da COP30.

O Brasil apresenta na conferência sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), com metas de redução de emissões entre 59% e 67% até 2035, tomando como base o ano de 2005, e a neutralidade de carbono até 2050. A eliminação do desmatamento ilegal até 2030 é um dos pilares do plano, que também inclui o Plano de Transformação Ecológica como instrumento para articular ações entre os Três Poderes.

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