Experiências dos primeiros anos de vida influenciam o desenvolvimento do indivíduo
Você já deve ter visto muitos brinquedos que simulam a vida real, como é o caso da boneca baby alive. Cada boneca tem uma necessidade, e o objetivo principal da criança é cuidar dela como se fosse uma filha. O que você talvez se questione é por que isso acontece e qual o papel das brincadeiras no desenvolvimento infantil.
Diversos estudos já mostraram que as brincadeiras estimulam os bebês e as crianças a desenvolverem os sentidos, como tato, visão e também as habilidades motoras. Para além dos aspectos físicos, no entanto, existe o fator da cognição e do desenvolvimento social. É consenso na comunidade científica que as brincadeiras incentivam o trabalho coletivo, a imaginação e o emocional da criança, além de colaborar para um estado de maior felicidade.
“O cérebro se desenvolve desde o nascimento até a vida adulta. Os genes fornecem o projeto básico para esse progresso, mas as experiências dos primeiros anos de vida afetam o modo como ele é colocado em ação. Se elas são positivas, felizes, a arquitetura do cérebro da criança constrói uma fundação forte para o aprendizado, o comportamento e a saúde”, explica o pediatra Jack P. Shonkof, diretor do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade Harvard, em matéria para uma publicação da Editora Abril.
Quando os pais são proativos nesse processo e propiciam um ambiente de interação e de brincadeira, eles acabam criando um vínculo forte com os filhos. Em recente entrevista, Ingrid Franklin de Medeiros, pedagoga pós-graduada em Gestão de Políticas Públicas para a Infância, disse que não basta os pais observarem e promoverem a brincadeira. “Eles devem sugerir, estimular e incentivar a criança a explorar, mas também participar dessa atividade”, explica.
Cada brinquedo ou brincadeira terá um papel no desenvolvimento infantil. O mais importante é que as atividades despertem o interesse da criança e possibilitem novas descobertas e aprendizados. A variedade de brinquedos no mercado é grande. Existem aqueles que trabalham com a criatividade, com o pensamento crítico, com o raciocínio, o equilíbrio, a noção de espaço, entre outras finalidades.
Algumas sugestões de brinquedos são bonecas, que simulam a vida real; quebra-cabeças, para estimular a atenção, o raciocínio e o pensamento estratégico; bolas, cordas e carrinhos, que propiciam uma série de brincadeiras e a interação social; jogos cujo objetivo é a solução de um problema; e fantasias, para a criança entrar no mundo da imaginação.
As brincadeiras para cada idade
Nos primeiros meses de vida, sobretudo entre 0 e 4 meses, você deve promover brincadeiras que estimulem o toque com o bebê. Nessa fase, a visão é embaçada, então o contato com pessoas e objetos deve acontecer a uma distância máxima de um palmo. Algumas brincadeiras estão relacionadas aos sentidos: faça carinho, cante músicas e faça diferentes sons.
Entre 4 e 8 meses, os movimentos não são mais involuntários. Conforme ele cresce, você pode dar objetos maiores, mas de preferência macios e laváveis. Uma das dicas é contar histórias utilizando fantoches, além de fazer objetos sumirem e aparecerem de repente. Também tente estimular o bebê a buscar os objetos engatinhando. Se ele conseguir, comemore.
De 8 a 12 meses, eles estão bem maiores, e é nessa fase que começam a dar os primeiros passos. Portanto, é de suma importância incentivar brincadeiras que estimulem o desenvolvimento motor. Brincadeiras com blocos, peças de encaixar e de exploração em geral são ótimas para esse momento.
De 12 a 18 meses, as crianças já podem trabalhar com encaixes de peças mais complexas e fazer rabiscos com um papel e giz de cera. O ideal é sempre estimular a coordenação motora. A fase de exploração de objetos também continua. De 18 a 24 meses em diante, as crianças já conseguem brincar com atividades ao ar livre, jogar bola, além de brincar de forma mais fantasiosa, imaginando situações reais e também fictícias. Puxar, empurrar e explorar o tamanho e as cores dos objetos são brincadeiras que podem ajudar a criança a desenvolver ainda mais as suas habilidades motoras.
