Comissão vai acompanhar processo de falência da Usina São Fernando

Prefeita Délia Razuk e secretários receberam trabalhadores da São Fernando e vereadores, na manhã desta segunda-feira – Foto: A. Frota
Prefeita Délia Razuk e secretários receberam trabalhadores da São Fernando e vereadores, na manhã desta segunda-feira – Foto: A. Frota

Prefeita Délia Razuk recebe trabalhadores da usina e defende, junto com vereadores, a união para manter empresa funcionando em Dourados

A garantia dada pelo juiz da 5ª Vara Cível de Dourados, Jonas Hass da Silva Junior, de que a decretação de falência da Usina São Fernando não inviabiliza a continuidade do funcionamento da indústria no município tranquilizou a prefeita Délia Razuk (PR), que na manhã dessa segunda-feira recebeu um grupo de trabalhadores da empresa, liderados pelo presidente do sindicato da categoria, Donizete Aparecido Martins, para discutir encaminhamentos que possam salvaguardar os direitos dos trabalhadores e demais segmentos que operam no setor.

O juiz designou o administrador Vinicius Coutinho para conduzir o grupo em Dourados, e a usina vai continuar operando em caráter provisório, já que existe matéria-prima (cana-de-açúcar) para ser colhida, e uma eventual paralisação acarretaria prejuízo maior à massa falida e aos credores.

Os funcionários, à exceção do quadro de direção, que será escolhido pela nova administração, vão continuar a trabalhar normalmente. Os empregos estão mantidos e os salários continuarão a ser pagos, normalmente, segundo garantiu o juiz, na sexta-feira.

A prefeita fez elogio ao juiz Jonas Hass “por esse cuidado ao tomar a decisão que envolve uma grande empresa do Município” e reconheceu que a decisão foi extremamente correta e aponta para o horizonte, na medida em que assegura os empregos e garante também o cumprimento das obrigações com fornecedores e parceiros do empreendimento. “É importantíssimo para o Município e toda a sociedade que esta indústria continue operando. E nós temos que nos unir, somar forças, para que a empresa possa recuperar sua capacidade plena de operação”, defendeu.

Délia observou ainda que até o final do ano há cana-de-açúcar para moer, “mas e depois? Temos que ter a certeza de que no ano que vem vamos ter matéria-prima. Por isso, é preciso agir rápido com as empresas que têm interesse em assumir”. Ela ainda sugeriu a constituição de uma comissão formada por representantes do executivo, do legislativo, dos trabalhadores, das empresas parceiras e da Fiems (Federação das Indústrias de MS) com intuito de acompanhar o processo, identificar e encaminhar sugestões a possíveis futuros investidores.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Açúcar, Etanol e Bionergia de Dourados e Ponta Porã, Donizete Martins, destacou e agradeceu a agilidade com que o executivo e o legislativo se posicionaram diante da situação e na busca de solução. Também elogiou a decisão judicial, porque “não se trata apenas dos nossos empregos; é uma questão que atinge a sociedade como um todo”. Segundo o trabalhador, o juiz “pensou no social” e a decretação de falência “veio para salvaguardar o funcionamento da usina”.

O sindicalista concordou com a prefeita que a usina São Fernando é patrimônio de Dourados. Destacou que a indústria tem uma planta moderna, com capacidade para a moagem de 24 toneladas/dia e produção de açúcar de qualidade, inclusive para exportação.

Também participaram da reunião, secretários municipais e, representando o Legislativo, os membros da Comissão de Indústria e Comércio da Câmara, Braz Melo, Alan Guedes e Romualdo Ramin, além do vereador Junior Rodrigues. O vice-presidente da Fiems, Sidnei Piteri Camacho representou a Federação das Indústrias de MS.

Comissão

O processo de falência da Usina São Fernando será acompanhado por uma comissão formada pelo presidente do sindicato dos trabalhadores da usina, Donizete Aparecido Martins e os funcionários Sueli Valério de Lima Martins, José Aparecido Monteiro e Eduardo Cavalcanti de Oliveira; vereadores Braz Melo e Alan Guedes, pelo Legislativo; secretários Rose Ane (Desenvolvimento) e João Fava (Fazenda) pelo Executivo; Sidnei Camacho, pela Fiems e Celso Schuch dos Santos, como interlocutor junto ao judiciário.

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