Com receio de ir para a Arábia, Soteldo pede mais de salário e pode ficar no Santos

Soteldo está com receio de ir pra Arábia – Foto: Ivan Storti/Santos FC

O técnico Cuca anunciou a saída. O presidente Orlando Rollo explicou o “sim” para a proposta. E os termos da venda foram encaminhados e aprovados pelo Conselho Fiscal. Mesmo assim, Yeferson Soteldo ainda pode ficar no Santos.

O venezuelano confidenciou a pessoas próximas o receio em atuar pelo Al Hilal, da Arábia Saudita. Ele é feliz no Peixe e pensava em sair apenas para a Europa.

O convencimento pode ocorrer por motivos financeiros. Soteldo só aceitará a transferência se os números envolvidos representarem a independência financeira até o retorno. De acordo com a apuração da Gazeta Esportiva, o salário oferecido é de R$ 1 milhão por mês. O camisa 10 ainda não topou e pediu mais.

Yeferson Soteldo, seu pai e seus representantes não se animaram até o momento com a proposta árabe. E o baixinho ainda se preocupa com o Alvinegro. Ele crê que pode deixar mais do que 7 milhões de dólares (R$ 39,5 mi). A próxima janela abrirá em dezembro. A atual está aberta na Arábia até novembro e fechada para a Europa.

Além da insegurança de Soteldo, outra barreira pode ser o Conselho Deliberativo. A maioria do plenário precisa autorizar a venda numa reunião virtual na noite da próxima quarta-feira. O Estatuto Social prevê a anuência do órgão durante o período eleitoral. O pleito está marcado para 12 de dezembro.

Como a Gazeta Esportiva antecipou, o pagamento do Al Hilal seria feito em três partes: 5 milhões à vista, 1 milhão em 15 de julho de 2021 e 1 milhão em 15 de outubro de 2021.

O Al Hilal ainda aceitou ceder 30% sobre a mais valia. Ou seja, o Peixe receberia uma parte do excedente de uma venda futura do venezuelano. Se a oferta aceita pelos árabes for de 8 milhões de dólares, por exemplo, o Alvinegro ganharia 30% de 1 milhão de dólares (300 mil dólares) – a diferença do que topou vender.

Em áudio vazado de grupo de Whatsapp com associados, o presidente Orlando Rollo explicou a necessidade de negociar Yeferson Soteldo.

“Aos amigos da Associação Terceira Via Santista de Guarulhos, amigos associados torcedores do Peixe. Vou tentar ser breve sobre essa situação do Soteldo, que é muito incômoda. A maioria me conhece há muitos anos. O Orlando Rollo torcedor quer que o Soteldo fique, é peça fundamental no nosso time e sou fã como jogador, joga muito. Mas Rollo gestor tem que pagar as contas, gerir o clube com seriedade e trazer credibilidade no mercado. Temos que pagar as contas. O ex-presidente afastado, que me recuso a citar o nome, antecipou todas as receitas do ano. Não temos nenhum recebível substancial até o fim do ano. Não temos dinheiro no caixa para pagar salário de novembro e dezembro. Ou negociamos Soteldo por 7 milhões de dólares ou daqui a dois meses, no máximo, sem pagar salários e imagens, ele sai de graça. Ele e outros jogadores. Vamos perder todo mundo de graça. Não acho que é um valor justo, não, mas é a proposta que tem. Essa é a pior janela. Só está aberta para o mundo árabe. É a proposta que temos. E não é muito diferente do Atlético-MG, quando ofereceram 12 milhões de dólares. A taxa cambial naquela época valia 50 milhões de reais. Hoje 40 milhões de reais. Houve desvalorização em período de um ano também. Não tem grande diferença. Ou a gente vende agora ou não temos como pagar salários mês que vem”, disse Orlando Rollo.

“Conversei com o professor Cuca, que fazia questão do Soteldo, mas ele entendeu. Mostrei as contas e ele concordou na hora. Ou vende ou não pagamos salários. A gente espera com esse valor pagar Huachipato e Atlético Nacional. Temos que pagar dívidas, temos que sair da questão da Fifa. Temos que tirar o Santos da proibição de registrar jogadores. Eu vou tranquilizar vocês: estou vendo opções para ele ficar até fevereiro. Nada está descartado, estamos correndo para outros caminhos. Mas a situação de hoje é a venda. Ou vendemos ou não pagamos as contas. Não vou mentir para torcedor. Tenho que ser realista. Ou vendemos Soteldo ou perderemos ele e outros atletas. Deixaram Santos em situação de penúria. Temos que pensar com a cabeça e com o cérebro, e não com o coração. Tenho que ser gestor e não torcedor neste momento”, completou.

Da Gazeta Esportiva

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