Com medo, jogadores do Flamengo não querem voltar a treinar

A diretoria deseja o retorno imediato, para expor os patrocinadores. Mas quarentena no Rio e falta de perspectiva de jogos são grandes adversários

Jorge Jesus ao lado do médico Marcio Tannure – Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Medo. Esse é o sentimento que domina os jogadores e a Comissão Técnica do Flamengo.

O clube contabiliza 38 pessoas infectadas com o coronavírus, entre parentes, atletas, funcionários do clube, em um universo de 293 testes. Ou seja, 13% na semana passada estavam contaminados.Três são jogadores, que não tiveram seus nomes revelados.

O resultado do exame na semana passada teve o efeito contrário do que esperava o presidente Rodolfo Landim. Em vez de passar confiança, despertou tensão na Gávea. Veio se juntar ao clima de profunda tristeza pela morte do massagista Jorginho.

A direção do clube questiona se deve manter os treinos no Ninho do Urubu, já que a cidade a partir de hoje tem bloqueios em 11 bairros. Já foram confirmadas 1.770 mortes. Com mais de 12 mil infectados. O governador Wilson Witzel estendeu a quarentena até 31 de maio. Mas, com a curva ascendente da doença, ela deverá ser prorrogada para junho.

Não há a menor perspectiva de volta do futebol. As direções de Botafogo e Fluminense avisaram oficialmente que não colocarão seus times em campo enquanto houver risco, por conta do coronavírus.

Assim como o Grêmio e o Internacional, a cúpula do Flamengo quer a volta pelo menos dos treinos. Para expor as marcas dos seus patrocinadores, nos vídeos e fotos que deixará à disposição da imprensa.

O clube tem até dois pareceres jurídicos que poderiam ser discutidos judicialmente e permitir a volta dos treinos, apesar da decretação da quarentena. O técnico Jorge Jesus evita entrar em polêmica, e diz que acatará a decisão de Landim.

Só que Jesus fará 66 anos em julho, e pertence, pela idade avançada, ao grupo de risco da doença. Sua presença não é recomendada no Ninho do Urubu.

O presidente Rodolfo Landim, o vice Rodrigo Dunshee e Luiz Eduardo Baptista, vice de relações externas, são os mais inconformados com a paralisação. Mas há uma forte ala moderada na diretoria flamenguista que prefere não expor jogadores e funcionários aos treinos sem a previsão de jogos.

Os atletas não querem confronto com os dirigentes. Os três jogadores infectados pelo coronavírus, que estariam assintomáticos, seguem em isolamento total. A revista Veja publicou que um deles seria Rodrigo Caio. O jogador negou, em nota oficial.

Novos testes para detectar coronavírus estavam planejados para ontem. Foram adiados enquanto houver o impasse em relação aos treinos. A Ferj liberou, mas o governo do Rio de Janeiro tem impedido a volta aos treinamentos. A quarentena foi esticada até o dia 31 de maio, situação que traz alívio aos atletas, pois eles não querem voltar a treinar agora.

Do R7

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