Pequim é acusada de práticas de tortura contra minoria uigur
A China autorizou nesta quinta-feira (15) que um grupo de observadores da União Europeia viaje para Xinjiang para “entender verdadeiramente” o que acontece na região com a minoria uigur. A liberação ocorre menos de 24 horas depois de um pedido formal de Bruxelas para a visita.
Diversos governos e entidades internacionais acusam Pequim de criar campos de concentração para os praticantes da fé islâmica, o que os chineses sempre negaram dizendo que o que criaram na área são “campos de educação profissional e ensino”.
Um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, informou que os representantes do bloco “são bem-vindos” e que a visita será boa para “entender a situação real, evitando acreditar no que dizem”.
“A UE expressou o desejo de visitar Xinjiang, e a China aceitou e está disposta a firmar acordo”, acrescentou. No entanto, o representante não informou se a visita seria realizada de maneira independente ou se seria acompanhada formalmente pelo governo.
Fontes diplomáticas de Pequim informaram à ANSA que, no passado, foram asseguradas visitas aos representantes que tem a capital chinesa com base, mas que eles precisaram seguir “rígidos protocolos” com uma “baixa interação com a população” de Xinjiang.
Para os chineses, as acusações de torturas e abusos contra os uigures são parte de uma “ação politicamente motivada”, baseada em falsidades.
Porém, diversos grupos de direitos humanos publicaram relatórios e dossiês usando imagens de satélites – bem como depoimentos – em que mostram que mais de um milhão de pessoas da minoria islâmica são fechados em grupos de reeducação política enquanto uma ação de “assimilação forçada” é realizada contra professores, líderes religiosos e ativistas locais.
Já o pedido europeu ocorre durante uma importante reunião bilateral entre o bloco e a China em que os líderes dos 27 países-membros tentam vincular às questões dos direitos humanos à assinatura de futuros acordos comerciais e de investimentos.
Da AnsaFlash