Na manhã deste domingo (19), entrou em vigor o aguardado cessar-fogo entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas na Faixa de Gaza. Inicialmente, a trégua estava prevista para começar às 8h30 (horário local), mas foi adiada para as 10h15 devido a um atraso do Hamas na confirmação dos nomes das três primeiras reféns a serem libertadas: Romi Gonen, 24, Emily Damari, 28, e Doron Steinbrecher, 31.
Steinbrecher e Damari, que também possui cidadania britânica, foram sequestradas em um kibutz, enquanto Gonen foi capturada durante o Festival Supernova, um dos principais alvos do Hamas nos atentados de 7 de outubro de 2023. Em troca, Israel deve libertar 90 prisioneiras palestinas ainda neste domingo. No total, a primeira fase do acordo terá duração de 42 dias e prevê a troca de 33 reféns israelenses por cerca de 1,9 mil palestinos detidos nas prisões israelenses.
Com o início do cessar-fogo, pelo menos 50 ambulâncias cruzaram a fronteira de Rafah, entre Gaza e Egito, que foi aberta pela primeira vez desde maio. Além disso, caminhões com ajuda humanitária começaram a chegar ao enclave palestino, onde milhares de deslocados retornam às suas casas, especialmente em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. A população celebrou o acordo nas ruas, empunhando bandeiras palestinas.
No Vaticano, o papa Francisco elogiou a trégua, mas cobrou que ela seja “respeitada por todas as partes”. Durante a oração do Angelus, o pontífice expressou gratidão aos mediadores do acordo e pediu que todos os reféns sejam libertados o mais rápido possível. O papa também enfatizou a importância da chegada de mais ajuda humanitária a Gaza, afirmando que tanto israelenses quanto palestinos precisam de “sinais claros de esperança”.
O conflito foi deflagrado em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas realizou ataques que resultaram na morte de 1,2 mil israelenses, um dos atentados mais violentos da história do país. Desde então, a resposta militar de Israel já causou quase 47 mil vítimas na Faixa de Gaza, tornando o cessar-fogo um momento crucial para aliviar a crise humanitária na região.
Netanyahu afirma que cessar-fogo em Gaza é temporário
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou em um discurso transmitido em rede nacional neste sábado (18) que o cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza será apenas temporário. A fala ocorreu poucas horas antes da entrada em vigor do acordo, neste domingo (19).
Segundo o governo do Egito, mediador das negociações, a primeira fase da trégua terá duração de 42 dias e incluirá a libertação de 33 reféns israelenses pelo Hamas, em troca da soltura de cerca de 1,9 mil prisioneiros palestinos por Israel. Apesar da pausa no conflito, Netanyahu enfatizou que Israel “se reserva o direito de voltar à guerra” caso as negociações não avancem.
A previsão é de que as tratativas para uma segunda fase do acordo comecem no 16º dia de trégua. No entanto, o premiê afirmou que tanto o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, quanto seu antecessor, Donald Trump, garantiram apoio a uma retomada dos combates caso as conversas fracassem.
Netanyahu também reforçou que a libertação de todos os reféns continua sendo um dos principais objetivos de Israel. “Vamos devolver todos os reféns para casa e alcançaremos todas as metas estabelecidas”, afirmou o primeiro-ministro. (Com informações da AnsaFlash)
