Catalunha reage à prisão de separatistas pela Espanha

Protesto contra prisão de líderes separatistas catalães em Barcelona - Foto: EPA
Protesto contra prisão de líderes separatistas catalães em Barcelona – Foto: EPA

Expoentes da região acusaram Madri de manter “presos políticos”

O governo da Catalunha chamou de “vergonha democrática” a prisão de dois dos principais líderes separatistas da comunidade autônoma, ocorrida na última segunda-feira (16), por ordem da Justiça da Espanha.

Segundo Jordi Turull, porta-voz do presidente catalão, Carles Puigdemont, um tribunal “do século 21 fez o que nem o franquismo ousara fazer”. “Duas pessoas inocentes foram privadas de sua liberdade por uma corte incompetente e por crimes inexistentes”, declarou.

Os dois detidos são Jordi Sànchez, presidente da Assembleia Nacional Catalã (ANC), e Jordi Cuixart, mandatário da Òmnium Cultural. Ambas as entidades lideraram o movimento pró-plebiscito na sociedade civil, e seus líderes são acusados de “sedição” nas manifestações realizadas em Barcelona nos dias 20 e 21 de setembro.

A prisão de Sànchez e Cuixart gerou uma onda de críticas na Catalunha, com expoentes da política local acusando Madri de manter “presos políticos”. “A existência de presos políticos não é aceitável na União Europeia e viola os direitos humanos”, disse a prefeita de Barcelona, Ada Colau, que foi a favor do plebiscito, mas contra a declaração de independência.

Em sinal de protesto, o governo da capital catalã suspendeu todas as suas atividades institucionais por dois dias. Além disso, manifestações por toda a região exigiram “liberdade” para Sànchez e Cuixart. “Estamos dispostos a dialogar com quem quer dialogar. Mas essa vontade de diálogo não pode ser mantida em um clima de crescente repressão”, declarou o vice-presidente da comunidade autônoma, Oriol Junqueras.

A Procuradoria Federal da Espanha também havia pedido a prisão de Josep Lluís Trapero, chefe dos Mossos d’Esquadra, a força policial catalã, acusado de “inação” durante a repressão ao plebiscito separatista de 1º de outubro. A Justiça rejeitou a detenção, mas colocou Trapero em liberdade vigiada.

Nesta terça-feira, o major retornou a Barcelona após prestar depoimento em Madri e foi recebido com aplausos por cerca de 400 oficiais da polícia da Catalunha.

Da AnsaFlash

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