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‘Cão Sem Plumas’ mostra realidade do sertão nordestino e impacta público em Campo Grande

Espetáculo da Cia de Dança Deborah Colker baseado em poema homônimo da década de 1950 foi apresentado no sábado e domingo no Teatro Glace Rocha

Espetáculo Cão Sem Plumas foi apresentado sábado (16) e domingo (17), no Teatro Glauce Rocha – Foto: Vaca Azul

Sujos de lama, os bailarinos da Cia de Dança Deborah Colker se transmutaram em caranguejos no espetáculo “Cão Sem Plumas”, apresentado no sábado (16) e domingo (17), no Teatro Glauce Rocha.

Dessa maneira, eles nos mostram como é tratado pessimamente um dos principais rios pernambucanos, o Capibaribe, os ribeirinhos que por lá vivem e os nossos recursos naturais, além de inúmeras outras críticas a problemas sociais, econômicos e políticos. O espetáculo é baseado no poema homônimo publicado por João Cabral de Melo Neto em 1950.

A todo momento os bailarinos são acompanhados pelas imagens em preto e branco do cineasta Cláudio Assis, que não só fazem parte do cenário, mas também servem de complemento em diversas vezes aos movimentos dos bailarinos, acrescentando outras camadas ao que estamos vendo no palco.

O filme também casa perfeitamente com o cenário simples feito por Gringo Cardia. Na maior parte do tempo grandes caixotes se juntam com o resto nos mostrando o mínimo de recursos da região. A trilha sonora também é impactante, tornando as cenas ainda mais viscerais. Ela foi feita pelos músicos Jorge Du Peixe, Lirinha e Berna Ceppas.

No final de ambas sessões, o elenco foi ovacionado com uma longa salva de palmas do público, que ficou de pé para reverenciá-los por alguns minutos. “O espetáculo é tão forte que me deixou incomodada, tensa e extasiada. É aflitivo ver as peles ressequidas, assim como o solo, erodido, que já foi o fundo de um rio”, reflete a advogada Marla Diniz Brandão, que veio de Bonito só para assistir “Cão Sem Plumas”.

O funcionário público Jader Melo também se sentiu incomodado com a apresentação. “Com toda a certeza é algo lindo de se assistir. Os movimentos e as expressões faciais e corporais dos bailarinos descrevem, sem ter que ser óbvios, os lugares como mangues e palafitas, e os personagens como garças e caranguejos que integram o poema”, avalia.

A junção da linguagem audiovisual com a dança também foi algo que chamou atenção. “Foi uma experiência bem diferente ver cinema e dança no mesmo espetáculo, o cenário também fala muito e a música é genial. Um privilégio ver um espetáculo como este aqui em Campo Grande”, pontua Marla.

Após as duas apresentações em Campo Grande, o espetáculo segue em sua turnê para Cuiabá nesta terça-feira (19).

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