Bengala eletrônica feita por alunos da Escola do Sesi de Corumbá é premiada na Fecipan

Bengala eletrônica é programada para apitar no momento em que a pessoa que a utiliza se aproxima de qualquer tipo de barreira - Divulgação
Bengala eletrônica é programada para apitar no momento em que a pessoa que a utiliza se aproxima de qualquer tipo de barreira – Divulgação

Projetado e desenvolvido pelos alunos do Ensino Médio da Escola do Sesi de Corumbá, o projeto “Olho de Agamotto – Dispositivo Eletrônico para Guiar Deficientes Visuais” recebeu o prêmio de melhor projeto multidisciplinar da edição 2017 da Fecipan (Feira de Ciência e Tecnologia do Pantanal). O equipamento é uma espécie de bengala eletrônica dotada de sensores programados para apitar no momento em que a pessoa que o utiliza se aproxima de qualquer tipo de barreira.

Como premiação, os alunos da Escola do Sesi de Corumbá receberam credenciais para expor o trabalho na Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), que será realizada em março de 2018, em São Paulo (SP). No entanto, antes, eles vêm a Campo Grande para apresentar o projeto durante a Fetec MS (Feira de Tecnologia, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul), realizada pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) entre os dias 7 e 11 de novembro.

A diretora da Escola do Sesi de Corumbá, Mirian Corrêa da Silva de Jesus, comemorou o resultado. “Como diretora da escola, estou muita orgulhosa de toda equipe pelo desempenho e dedicação, agora iremos nos preparar para novos desafios. Acredito que esse resultado confirma a qualidade da proposta educacional do Sesi e o incentivo que damos à inovação. Esse projeto começou a ser desenvolvido ano passado e já havia sido premiado na Fecipan. Passou por alguns ajustes e aprimoramentos e foi premiado novamente”, declarou.

A aluna Kianny Climaco disse que essa foi uma das melhores experiências que já teve. “Nos incentivou a querer mais. Presenciar o crescimento de um projeto tão importante que fará a diferença em muitas vidas é gratificante para nós, alunos e nossos orientadores”, afirmou. Já o aluno Adilson Junior destacou o avanço do projeto. “Essas medalhas mostram o quanto o nosso projeto foi consolidado. E com essas credenciais sentimos que é o momento de expandirmos esse projeto a todas as pessoas que podem ser ajudadas por este”, concluiu.

O Projeto

Para um deficiente visual, caminhar por espaços públicos pode ser algo inimaginável. Em um exercício de equilíbrio e concentração, seguem guiados pelo piso tátil, que os leva, na teoria, a desviar de obstáculos, e atravessam as ruas, orientados por equipamentos sonoros instalados nos semáforos. Mas, e quando a acessibilidade acaba? Foi pensando em proporcionar um ambiente mais inclusivo para os deficientes visuais que cinco alunos da Escola do Sesi de Corumbá desenvolveram um sistema batizado de “Olho de Agamotto”.

Usando conceitos das aulas de robótica, disciplina que integra a grade curricular das escolas do Sesi, os alunos usaram o modelo Lego “EV3” para construir o “Olho de Agamotto”. O nome do dispositivo foi baseado no amuleto que o personagem das HQs (Histórias em Quadrinhos) do Grupo Marvel, “Dr. Estranho”, carrega no pescoço e é inspirado no mundo real em “O Olho que Tudo Vê”, de Buda, nome dado a Siddhartha Gautama, líder religioso que viveu na Índia e fundou o “budismo”.

Na ficção, o “Olho de Agamotto” permite a quem o carrega percorrer distâncias e dissipar disfarces e ilusões, enquanto no caso do protótipo desenvolvido pelos alunos do Sesi ele conta com um sistema de GPS integrado e sensores programados para indicar os comandos sonoros que serão transmitidos para o deficiente visual. “Não é necessário um pacote de internet móvel para a programação funcionar. São satélites de GPS que oferecem para o receptor do Olho de Agamotto a sua posição e destino final”, explicou Adilson Corrêa Júnior, da 3ª série do Ensino Médio, um dos alunos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto.

“Nossa intenção é levar bem-estar para o deficiente visual. Estas pessoas deixarão de ficar totalmente dependentes das sinalizações públicas, já que em muitos lugares elas simplesmente não existem, e poderão ter mais autonomia”, disse Maria Fernanda da Silva. Outra vantagem, acrescenta a estudante Naiara Firmino Rodrigues é a correção postural do deficiente visual. “O deficiente anda a maior parte do tempo agachado por causa da bengala, então alguns problemas se postura são corrigidos. Com o Olho de Agamotto, as pessoas com deficiência visual passam ter uma locomoção mais segura e com melhor tempo de deslocamento”, afirmou.

A estudante Kianny Climaco Guerreiro conta que o projeto surgiu após o grupo verificar as privações vivenciadas pelas pessoas que não enxergam. “São pessoas privadas de muitas experiências por não serem capazes de ver. Então decidimos ajudar”, finalizou, destacando que o projeto foi idealizado pelo aluno Allison Barbosa, sob orientação dos professores Carlos Roberto Leão Campos e Marcelly Tavares.

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