Área experimental cultivada há 10 anos aponta inovações em consórcio de culturas

Fazenda Experimental da UFGD recebeu mais de 65 pessoas em Dia de Campo sobre rotação de culturas

Mais de 65 pessoas participaram do Dia de Campo – Divulgação/UFGD

Cerca de 65 produtores rurais, consultores técnicos de área agrícola e acadêmicos de Agronomia participaram de um dia de campo na Fazenda Experimental da UFGD, no último dia 13. No evento, o professor Luiz Carlos Ferreira de Souza apresentou uma área experimental que ele vem cultivando há 10 anos, na qual pesquisa produção consorciada de milho e soja no cultivo de verão e plantas variadas na época de inverno.

As pesquisas realizadas ao longo desses 10 anos já resultaram em mais de 20 trabalhos entre teses de doutorado, dissertações de mestrado e publicações em revistas nacionais e internacionais. Entre cientistas da área, a pesquisa do professor Luiz já é bastante conhecida. Ainda falta um bom caminho para que esse modelo de produção consorciada possa se tornar popular entre os produtores rurais.

Por isso, a iniciativa de realizar dias de campo, trazendo agricultores e técnicos agrícolas para a Fazenda Experimental, é importante para a divulgação científica e troca de experiências entre produtores e pesquisadores. Os agricultores presentes no evento participaram com muitas perguntas e sugestões à equipe de pesquisa, que ficou satisfeita com o resultado. “Nós fazemos este evento para o público de fora de universidade, e é muito gratificante ver os produtores interessados, questionando, falando seu ponto de vista. Nossa pesquisa tem como objetivo chegar até o produtor”, afirma o professor Luiz Carlos.

Melhor produtividade
Na área experimental, o milho e soja são consorciados com plantas como milheto, aveia branca, aveia preta, crotalárias, niger, cártamo, trigo mourisco, e ervilhaca peluda. Avaliando a produção desde o ano de 2009, o professor Luiz Carlos é enfático em demonstrar a importância de se praticar a rotação de culturas, como forma de oferecer ao solo uma reposição de nutrientes. Os resultados mostram um aumento significativo de produtividade na cultura da soja e também do milho, na safra de verão.
“Sabemos que a rotação de culturas é muito importante para manter a qualidade do solo. No entanto, os produtores rurais têm uma dificuldade em praticar rotação com outras culturas, para além da soja e do milho. Isso acontece porque, muitas vezes, o produtor rural não pode se dar ao luxo de sacrificar a rentabilidade de uma safra de milho de inverno para colocar em seu lugar um cultivo de crotalária por exemplo. Por necessidade financeira, o produtor acaba optando por cultivar apenas soja e milho, soja e milho. O produtor rural sacrifica uma rotação que poderá aumentar a produtividade em médio e longo prazo, porque tem que garantir a rentabilidade do negócio em curto prazo”, relata um dos visitantes do dia de campo, Mário Dias, gerente da fazenda Campanário.

O professor Luiz Carlos concorda com a avaliação de Mário Dias: “cada vez mais os produtores entendem a importância do plantio direto, do consórcio entre diferentes plantas, para manter a qualidade do solo. O que fazemos aqui é analisar como algumas plantas, que apesar de ter baixo valor comercial, promovem a descompactação do solo, ou combatem nematoides, ou repõem nutrientes no solo sem o uso de produtos químicos. O desafio hoje é melhorar o valor comercial dessas plantas, porque assim o produtor vai ter um estímulo para fazer esses consórcios”.

O professor Luiz Carlos já falou sobre sua área experimental para o programa UFGD Ciência, edição nº6. Se quiser assistir ao programa e saber mais sobre os cultivos consorciados pesquisados por Luis Carlos, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=PrzpGAho8Hw&list=PLSL6U_loXybVcwZyfBq5306zh8c9Y3oOw&index=8

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