Apesar da pandemia, indústria de MS fecha ano em alta com projeção de crescimento de 6,7% para 2021

Um dos setores que mais contribuem para crescimento é o de celulose – Assessoria

Em um ano atípico como 2020, marcado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e uma série de incertezas sobre a economia, a indústria de Mato Grosso do Sul surpreendeu e apresentou um crescimento de 5% no PIB Industrial, saltando de R$ 22,4 bilhões em 2019 para R$ 23,5 bilhões neste ano, e projeta um crescimento de 6,7% para 2021, quando o PIB Industrial deverá chegar a R$ 25,1 bilhões.

Os dados são do Radar Industrial da Fiems e foram apresentados pelo presidente da Fiems, Sérgio Longen, durante balanço realizado na noite desta quinta-feira (17/12), no Edifício Casa da Indústria (MS). Conforme o levantamento, no comparativo de 2019 a 2020, a produção industrial de Mato Grosso do Sul saltou de R$ 52,1 bilhões para 54,4%, um aumento de 4,5%, e, para 2021, a alta será de 4%, chegando a R$ 56,6 bilhões.

Em relação aos empregos formais no setor, o crescimento foi de 4,5% de 2019 para 2020, subindo de 125.300 para 131.000, enquanto para 2021 o aumento será de 1,5%, totalizando 132.900. Com relação às exportações de produtos industrializados, os dados também são positivos em 2020 se comparados com 2019 com alta de 6%, passando de US$ 3,59 bilhões para US$ 3,80 bilhões, enquanto para 2021 a elevação será de 3,5%, somando US$ 3,94 bilhões.

Na avaliação de Sérgio Longen, os números positivos de 2020 são fruto de ações desenvolvidas pela Federação das Indústrias para apoiar as empresas do Estado. “Finalizamos o primeiro semestre com uma expectativa muito negativa por causa da pandemia e esperávamos que fecharíamos o ano com números negativos em todas as cadeias de produção. Por volta de maio e junho, sentimos que alguns setores começavam a se recuperar, mas para isso acontecer, muitas ações foram construídas”, afirmou.

Entre os trabalhos desenvolvidos, o líder industrial destacou a articulação junto ao Banco do Brasil e Governo do Estado para o replanejamento do pagamento dos financiamentos de FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste). “A grande maioria das empresas não pagou empréstimos de FCO abril a dezembro deste ano. Ou seja, todos esses valores foram injetados nas empresas via capital de giro”, ressaltou.

Além disso, ele lembrou da parceria do Sesi com o Sebrae/MS para oferecer, de forma 100% gratuita, consultorias para elaboração de protocolos de biossegurança nas indústrias como forma de continuar com a produção e manter empregos, sem colocar em risco a saúde e segurança de trabalhadores e clientes. “Em um primeiro momento, as pessoas buscaram estocar mantimentos por causa do lockdown e de imediato nós reunimos as equipes do Sesi para elaborar esses protocolos e discutir de que forma eles seriam implantados nas empresas”, salientou.

Retomada

Ainda de acordo com o presidente da Fiems, Mato Grosso do Sul vem fortalecendo sua indústria a cada ano e a tendência é de que ela se desenvolva ainda mais. Para isso, ele reforçou o pacote de medidas construído pela Federação das Indústrias com o Governo do Estado e aprovado pela Assembleia Legislativa que contempla um refinanciamento de dívidas de ICMS e multas do Procon, Imasul e Iagro.

“Recebemos algumas críticas com relação a esse projeto porque houve uma má compreensão do que de fato propusemos. Nós defendemos o Refis para o empresário que não conseguiu pagar o imposto, mas ele vai pagar o imposto que devia, juros, redução das multas e correção monetária, com a condição de parcelar esses débitos. Não haverá redução dos valores, não haverá perdão da dívida”, explicou Sérgio Longen.

Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, a diversificação da base econômica e da base industrial de Mato Grosso do Sul permitiram que o Estado fechasse em 2020 positivo em exportação, geração de empregos e na produção industrial. “Mato Grosso do Sul termina o ano com crescimento da arrecadação de ICMS de 10% relativo ao ano passado. Isso é retorno de atividade econômica, então por mais que os impactos microeconômicos sejam muito diferenciados, o PIB do Estado deve crescer 2,7% em 2020 por sua diversificação da sua base econômica”, reforçou.

Jaime Verruck projeta para 2021 que a carteira de captação de investimentos chegará a R$ 20 bilhões para Mato Grosso do Sul. “São investimentos que já estão em termos de acordo e financiamentos, com uma capacidade de gerar 10 mil empregos para o próximo ano nos setores industrial, comercial e de serviços”, finalizou.

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