
Em abril, os consumidores brasileiros continuarão sem cobrança adicional na conta de luz. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a bandeira tarifária verde para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que representa a maior parte do país. Essa decisão garante que não haverá acréscimos nas tarifas de energia elétrica no próximo mês.
Desde dezembro de 2024, a bandeira verde vem sendo aplicada graças às condições favoráveis de geração de energia no Brasil. O principal fator é o bom nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, responsáveis pela maior parte da eletricidade gerada no país. Mesmo com a transição do período chuvoso para o seco, a geração hidrelétrica tem se mantido estável, evitando o uso mais intenso das termelétricas, que possuem custo mais elevado.
As bandeiras tarifárias, criadas em 2015, foram implantadas com o objetivo de sinalizar ao consumidor o custo real da geração de energia elétrica. Elas funcionam como um sistema de alerta: verde quando a geração está barata, e amarela ou vermelha quando há necessidade de acionar fontes mais caras, como as usinas térmicas. Assim, o consumidor pode adaptar seu consumo de acordo com o momento do sistema.
Quando a bandeira verde está em vigor, como agora, não há nenhum acréscimo na conta. Em contrapartida, quando o cenário se torna mais crítico, entram em ação as bandeiras amarela ou vermelha, que podem acrescentar até R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos. Em períodos mais extremos, como durante a crise hídrica de 2021, foi utilizada até mesmo uma bandeira especial, com custo ainda maior.
O SIN abrange quase todo o território nacional, dividido entre os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Apenas algumas localidades isoladas, principalmente na Região Norte e no estado de Roraima, não fazem parte do sistema. Nessas áreas, a energia costuma ser gerada por termelétricas movidas a óleo diesel, devido à baixa demanda e à dificuldade de integração com o restante do país.