Andrés admite que Corinthians fez acordo verbal e não deve só para Caixa

O Conselho Deliberativo do Corinthians se reuniu na noite dessa segunda-feira com o presidente do clube, Andrés Sanchez, para buscar esclarecimentos sobre o imbróglio das dívidas com a Caixa Econômica Federal e a construtora Odebrecht.

Diferente do que disse em entrevista coletiva no CT Joaquim Grava há 17 dias, Andrés admitiu aos membros do órgão fiscalizador que o Corinthians não deve apenas ao banco. O clube ainda tem o que pagar à empresa responsável pela construção da Arena de Itaquera. Além disso, o valor pode subir.

Sobre a Caixa
O mandatário reconheceu que fez um acordo com os antigos gestores da Caixa Econômica Federal, mas nada foi colocado no papel. Ficou tudo acertado por acordos verbais e em trocas de e-mails.

Com a mudança do governo, um novo presidente foi nomeado para o Banco, e este reconhece apenas o que está em contrato. Ou seja, o Corinthians está realmente com seis parcelas do empréstimo de R$ 400 milhões recolhidos junto ao BNDES por meio da Caixa em atraso.

No acordo verbal, o clube pagaria R$ 6 milhões de março a outubro, e R$ 2,5 milhões de novembro a fevereiro, justamente na época que a receita do estádio cai por causa do período de férias.

Mesmo na situação proposta pelo Corinthians, ainda haveria inadimplência de dois meses nesse momento.

Uma reunião de Andrés Sanchez com a Caixa Econômica Federal deve acontecer nesta terça-feira. O objetivo dos corintianos no encontro é chegar a um acordo que não lese tanto o clube.

Sobre a Odebrecht
Na outra ponta da conta está a Odebrecht. Andrés Sanchez explicou aos conselheiros de que existem “duas Odebrechts”. Uma é a responsável pela construção e tudo relacionado a obra. A outra é a que está em recuperação judicial.

Segundo apresentado na reunião dessa segunda, realmente está tudo acertado quanto a obra. Corinthians e Odebrecht não devem mais nada um ao outro nesse sentido, o clube inclusive repassou todos os CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) que recebeu da Prefeitura de São Paulo para que o acordo fosse assinado e efetivado.

No mais, o Corinthians terá de aguardar. Em recuperação judicial, a Odebrecht vai negociar com seus credores e a porcentagem de desconto seria repassada ao clube. Em tese, seriam cerca de R$ 160 milhões a se pagar, mas, esse valor é variável, vai depender mesmo do que a empresa conseguirá de desconto.

Andrés Sanchez foi otimista na reunião e afirmou que acredita que sobrará até menos para o Corinthians pagar. O problema é que a Caixa, um dos credores, pediu a anulação da RJ da Odebrecht.

O Conselho entende que isso representa um risco enorme ao Corinthians, pois, caso a ação se concretize, a empresa não teria mais motivo para negociar descontos com seus credores, e o repasse ao clube não seria mais aplicado.

O ex-presidente Mario Gobbi chegou a pedir a palavra na reunião para perguntar a Andrés Sanchez sobre esboços de quanto e quando o clube teria de pagar nesses casos. O atual mandatário, porém, despistou e não abriu as possibilidades.

Números gerais
O Corinthians entende que ainda falta pagar R$ 470 milhões à Caixa. Para o Banco, a dívida é de R$ 536 milhões. O Corinthians já pagou aproximadamente R$ 175 milhões do empréstimo.

Da Gazeta Esportiva

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