Home Rural

Agrotóxicos envenenam zonas rurais no Brasil, denuncia HRW

ONG fez relatório que rejeita aprovação de lei do agrotóxico – Foto: Ansa

Comunidades rurais no Brasil são envenenadas constantemente pelo uso massivo de pesticidas por parte dos grandes proprietários de terra, denunciou a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW), em estudo apresentado nesta sexta-feira (20).

“Você não quer mais respirar veneno” é o título do relatório, resultado de entrevistas realizadas entre julho de 2017 e abril de 2018 com 73 pessoas afetadas pela deriva de agrotóxicos em sete locais de zonas rurais do Brasil, dentre comunidades agrícolas, indígenas, escolas rurais e quilombos, de todas as cinco regiões geográficas do país.

Segundo a organização, os proprietários de terra se aproveitam da ausência de fiscalização para impor as suas próprias leis. Além disso, a intoxicação por agrotóxicos e a exposição crônica não chamam atenção do público geral, já que as comunidades rurais não denunciam, com medo de represálias por parte dos proprietários de terra, inviabilizando a questão.

O estudo relata o caso de um ativista contra o uso de agrotóxicos que foi morto a tiros, em 2010, após pressionar o governo local para proibir a pulverização aérea naquele ano. Sobre isso, a ONG garante que ameaças ou medo de retaliação foram citados em cinco dos sete locais visitados para a pesquisa.

De acordo com a ONG, os grandes proprietários de terra ignoram frequentemente as normas que proíbem a dispersão aérea de pesticidas, que proíbem a pulverização a 500 metros de povoações, cidades, rios e mananciais. E ainda, a ausência de dados oficiais sobre envenenamento causado por pesticidas subestimam a gravidade do problema.

“As autoridades brasileiras devem agir para parar essa exposição a elementos tóxicos e garantir a segurança daqueles que denunciam os danos que essas substâncias estão provocando nas famílias e nas comunidades”, sentenciou Richard Pearshouse, autor do documento.

A denúncia da HRW vem em um momento em que o Congresso brasileiro discute um projeto de lei que tornaria a atual regulamentação ainda mais flexivel para o uso de agrotóxicos. Dos 10 pesticidades mais usados no Brasil, quatro são proibidos nos países europeus.

PL 6299/2002:

A Lei 7.802, de 1989, é a que rege o uso de agrotóxicos no Brasil. Em quase 30 anos, vários anexos à lei alteraram a legislação diversas vezes. Então, em 2002, o senador Blairo Maggi, hoje ministro da Agricultura, criou um pacote para revogar a lei e propor uma nova regulamentação.

O pacote, apresentado pelo relator Luiz Nishimori (PR-PR), defende a substituição da atual lei dos agrotóxicos por uma que, segundo os ambientalistas, flexibiliza a aprovação e fiscalização sobre o uso de pesticidas, está em discussão no Plenário, uma vez que foi aprovado pela Comissão Especial recentemente.

Ainda na proposta, o relator suaviza o termo agrotóxico, subtituindo por: produto fitossanitário. Há uma grande mobilização contrária, desde a sociedade civil, passando por diversos órgãos institucionais, que acabaram por apelidar o projeto de lei como “PLL do Veneno” ou “Pacote do Veneno”.

Da AnsaFlash

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UM COMENTÁRIO/RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Sair da versão mobile

Definição de Cookie

Abaixo você pode escolher quais tipos de cookies permitem neste site. Clique no botão "Salvar configurações de cookies" para aplicar sua escolha.

FuncionalNosso site usa cookies funcionais. Esses cookies são necessários para permitir que nosso site funcione.

AnalíticoNosso site usa cookies analíticos para permitir a análise de nosso site e a otimização para o propósito de otimizar a usabilidade.

Social mediaNosso site coloca cookies de mídia social para mostrar conteúdo de terceiros, como YouTube e FaceBook. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

AnúnciosNosso site pode utilizar cookies de publicidade para mostrar anúncios de terceiros com base em seus interesses. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

OutrosAlgum conteúdo publicado em nosso site pode incluir cookies de terceiros e de outros serviços de terceiros que não são analíticos, mídia social ou publicidade.