Home Colunistas

A crise brasileira e o remédio amargo

Por Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

Quando menos se espera, chega a grande crise. O presidente da República que, na quarta-feira passada, comemorava o começo da recuperação no mercado de trabalho e outros indicadores favoráveis da economia, resta hoje denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal), perde consideráveis parcelas do apoio político e é pressionado a renunciar. Uma dezena de petições propõe seu impeachment, e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) também decidiu pedir seu impedimento. Para evitar que o país sofra uma paradeira igual ou ainda maior que a registrada no impeachment de Dilma Rousseff, até aliados pedem a renúncia, mas Temer rejeita essa hipótese. Já pediu a anulação do inquérito e tentará continuar aprovando seus projetos de reforma, no Congresso Nacional.

Nesse momento é difícil prever o que acontecerá nos próximos dias e meses. Se prosperar um dos pedidos de impeachment, sua duração deverá poderá ser de três, quatro ou até seis meses. Se o STF decidir processar o presidente, terá de pedir a aprovação da Câmara dos Deputados e esta aprovar a medida, no mínimo, com 342 votos. Mas, em qualquer das hipóteses, o país sentirá os impactos, especialmente no campo da economia. Também poderão ocorrer distúrbios e outros problemas na ordem pública. Tanto no impeachment quanto no processo pelo STF, se abertos os procedimentos, Temer ficará afastado e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, governará provisoriamente. Se Temer renunciar, Rodrigo assumirá mas terá de convocar, em 30 dias, as eleições de novos presidente e vice.

Todas as decisões sobre o mandato presidencial passam pelo Congresso Nacional, que também tem problemas. Um terço dos congressistas – segundo o noticiário dos últimos dias – também recebeu dinheiro do grupo JBS, o mesmo que acusa o presidente. Temos em tramitação no Legislativo as propostas de emendas que antecipam a eleição direta em lugar da indireta hoje prevista na Constituição, o que beneficiaria diretamente o ex-presidente Lula. Já pululam mais de uma dezena de possiveis candidatos à presidência da República, entre os quais ex-presidentes, congressistas e juízes do STF. Fala-se, inclusive, na possibilidade jurídica de intervenção militar, se houver divergência entre os poderes Executivo, legislativo e Judiciário.

Nesse quadro grave, as forças políticas, institucionais e sociais têm o dever de garantir o equilíbrio, a ordem e os ditames da Constituição. Caso contrário – em se perdendo o controle, o que torcemos para não ocorrer – evidenciarão a necessidade do restabelecimento pela força. A experiência histórica é testemunha de que esse é um remédio amargo, muitas vezes ministrado coletivamente e por período prolongado. Acautelem-se…

*Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 

aspomilpm@terra.com.br

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UM COMENTÁRIO/RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Sair da versão mobile

Definição de Cookie

Abaixo você pode escolher quais tipos de cookies permitem neste site. Clique no botão "Salvar configurações de cookies" para aplicar sua escolha.

FuncionalNosso site usa cookies funcionais. Esses cookies são necessários para permitir que nosso site funcione.

AnalíticoNosso site usa cookies analíticos para permitir a análise de nosso site e a otimização para o propósito de otimizar a usabilidade.

Social mediaNosso site coloca cookies de mídia social para mostrar conteúdo de terceiros, como YouTube e FaceBook. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

AnúnciosNosso site pode utilizar cookies de publicidade para mostrar anúncios de terceiros com base em seus interesses. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

OutrosAlgum conteúdo publicado em nosso site pode incluir cookies de terceiros e de outros serviços de terceiros que não são analíticos, mídia social ou publicidade.