50 Anos – Jornalistas relatam suas experiências na Folha de Dourados

João Carlos Torraca, Zé Henrique, Clóvis de Oliveira e Valfrido Silva – Divulgação

A trajetória da imprensa douradense nos últimos 80 anos vem sendo resgatada através de artigos e textos jornalísticos, recebidos pela Folha de Dourados que fará uma edição histórica, em comemoração aos 50 anos do jornal.  “Um misto de emoção e saudosismo nos remete a um tempo onde as dificuldades de um jornal eram imensuráveis e incompreensíveis aos olhos dos profissionais da atualidade. O processo de produção de notícias era basicamente artesanal”, comenta a jornalista Dalva Gonçalves coordenadora do projeto 50 anos da Folha de Dourados.

Profissionais do rádio, jornal, televisão, sites de notícias, blogs, agências de publicidade e web rádios vêm sendo convidados à participarem, como é o caso do jornalista Antônio Viegas: “Falar em 50 anos da Folha de Dourados é dar, literalmente, uma volta no tempo. É imaginar a dificuldade para produzir um jornal impresso quase que de forma artesanal e, principalmente a dificuldade para expor os fatos por conta da ditadura militar que, por um longo período esteve presente. Chegar aos 50 anos é razão para comemorar e enaltecer a luta constante de um idealista, o fundador Theodorico Luiz Viegas, jornalista, que chegou a ser preso no exercício de suas funções. A Folha de Dourados, fez escola no jornalismo local e ofereceu emprego a diversos profissionais, tanto jornalistas quanto gráficos, entregadores e administrativos. São pessoas que viveram a história do jornal e puderam acompanhar sua evolução, desde 1968 até agora, quando José Henrique Marques decidiu adequá-lo à era digital, até mesmo como meio de sobrevivência”.

Theodorico Viegas sempre foi um grande repórter. “Naquela época as redações não eram divididas em departamentos. Aliás, nem redação existia. O dono do jornal normalmente era o repórter, o redator, o vendedor de espaço publicitário, tudo. Pauta? Ninguém nem sabia o que era isso. Nesta condição, depois de um giro pelos grandes centros como representante de um laboratório de produtos farmacêuticos, tornando-se um habilidoso comunicador, resolveu entrar para a mídia. Retornando a Dourados, depois de passar por outros jornais, fundou a Folha de Dourados, em 1968 e circulava apenas aos sábados. Daí para diário foi um pulo, o primeiro jornal diário de Dourados”, relata Valfrido Silva.

“A Folha era para mim um jornal alternativo. Circulava, se não me falha a memória, duas ou três vezes na semana. Embora tenha sido o primeiro jornal diário de Dourados. Vez ou outra visitava a redação, onde tinha amigos, que anos depois passaram a ser colegas de trabalho, entre eles Antônio Viegas, Clóvis de Oliveira e Luís Carlos Luciano. Também tinha o Juarez, linotipista e o Miranda, contato comercial. Os dois, agora, militando na imprensa celestial. A amizade com alguns jornalistas acabou, um dia, me fazendo um deles. Sou um daqueles formados nas Redações, na universidade da vida, como costumam dizer outros em situação semelhante, os chamados dinossauros. A convivência com todos eles me ensinou um bocado”, relembra João Carlos Torraca.

Theodorico foi um dos fundadores e o primeiro presidente do Clube de Imprensa de Dourados -CID. “Gostava da boa vida, de pescarias e quando entrava numa briga não se acovardava. Até onde se saiba foi o único jornalista daqui, preso durante a ditadura militar por conta de críticas publicadas no jornal, que incomodaram o delegado. No mesmo dia em que foi preso em Dourados foi levado para o 11º RC em Ponta Porã e solto no dia seguinte pelo coronel Marcondes. A Folha ficou um tempo sem circular. Inúmeras vezes visitei o Theodorico no seu refúgio solitário da Rua General Osório. Ficávamos horas tagarelando e eu sempre bebericando o conhecimento do velho guerreiro”, diz Luis Carlos Luciano.

Já enviaram o material à redação do jornal, além de Antonio Viegas, Valfrido Silva, Luís Carlos Luciano, João Carlos Torraca, Fábio Dorta, Amarildo Leite, Élvio Lopes, Maria Goretti Dal Bosco, Adriano Moretto, Gilberto Orlando, Joel Narciso, Maria Lucia Toluei e Ilson Boca Venâncio.

De acordo com Dalva Gonçalves, estão sendo aguardados os textos de Vander Verão, Valdemar Dorta, Waldemar Gonçalves Russo, Karine Segatto, Nicanor Coelho, Clóvis de Oliveira, Cícero Faria, Hédio Fazan, Rosemar Mattos, Luís Carlos Mattos, Deuzim Machado, Albino Mendes, Rubens Moreira Junior,  Hélio Freitas,  Yuri Farias Kintschev, Waldir Guerra, Aparecido Frota, Fátima Frota, Rogério Vidmantas, Denes Azevedo, Lia Nogueira, Soares Filho, Edilson Oliveira, Ana Paula Ostapenko, Chahine Sater, Antonio Neres, JF, Antonio Coca, Osvaldo Duarte, Ricardo Minella, Beth Salomão, Idenor Soares, Maurício Rasslan, Bárbara Palomanes, Marli Lange, Amarildo Ricci, Roberto Ferreira, Guilherme Filho, Maranhão Viegas, João Natalício, Sidney Correia, Lucas Correia, Grazi Moura, Antonio Viegas A. ,Irma Lupinetti, Lilian Rech. Vários outros jornalistas, proprietários de veículos, de agências de publicidade entre outras pessoas ligadas à imprensa estão sendo contatadas.

Além da trajetória   dos veículos de comunicação, está previsto espaço para os causos, fotografias antigas, charges, entrevistas e reportagens. Empresas, indústrias, entidades e instituições que ao longo desse período participaram ativamente do processo de desenvolvimento sócio econômico de Dourados e região, estão convidadas a deixarem o seu registro histórico.

A Folha de Dourados prestará homenagem aos familiares do fundador do jornal, antigos funcionários, personalidades da imprensa de Dourados e aos parceiros desse projeto.

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